segunda-feira, 23 de maio de 2011

Rio Paraíba do Sul uma história que não muda

Esgoto e mais Esgoto em vários municípios.
O Rio Paraíba do Sul, abrange uma área de 57 mil km2, banhando o estado de São Paulo (23,7%), Minas Gerais (39,6%) e Rio de Janeiro ( 36,7%), onde desagua no Oceano Atlântico. Nasce na confluência dos rios Piratininga e Paraibuna, em SP, fazendo um percurso de 1.120 km, no sentido oeste-leste, numa altitude média de 370 m. Seus afluentes - Jaguari, Buquira, Paraibuna, Preto, Pombo e Muriaé - têm origem nas serras da Mantiqueira e do Mar, sendo parte da história brasileira. A primeira grande região produtora de café no Brasil todos sabem, foi no Médio Vale do Paraíba. Na época, a economia era assentada no latifúndio e no trabalho escravo. Com a perda do primeiro lugar na produção cafeeira veio a estagnação econômica, um pato que estamos pagando até hoje. O cenário só mudou a partir da fundação da Companhia Siderúrgica Nacional, em 1941, quando houve um processo de industrialização, que fez do vale uma das regiões mais industrializadas e também mais poluídas do país.
Há algum tempo atrás, um secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, destacou a necessidade de ações junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para intermediar recursos para os estados usarem na recuperação deste importante manancial, Falou: “Levantamos os problemas de diferentes fontes como saneamento, industrial, orgânicos, entre outros, e precisamos trabalhar mais juntos para termos uma radiografia ambiental completa da situação. Vamos avançar ainda mais”, disse o secretário à época. Como podemos perceber pelo estado atual dos índices de poluição, foi que tudo não passou de um belo discurso e a história mais uma vez é a mesma e nada mudou.
A importante bacia do Paraíba do Sul, concentra cerca de dois terços do Produto Interno Bruto brasileiro e tem só 10% do esgoto tratado”. E também é fato que “89% da cobertura florestal da bacia do Paraíba já foi desmatada”. Em termos de poluição, sobretudo com detritos industriais, a situação do rio, mais que a maioria dos cursos d’água brasileiros, é cada vez mais crítica. Suas margens encontram-se totalmente assoreadas e 40% de sua vazão é desviada para o Rio Guandu, e se por acaso não fosse, o povo da capital já teria morrido de sede.
O Estado do Rio iniciou a algum tempo a cobrança pelo uso da água do Paraíba do Sul. O dinheiro arrecadado, segundo as autoridades da área ambiental, seria aplicado no processo de despoluição do rio, porém o que vemos é a morte lenta, pois nada está sendo feito. Vale lembrar o trecho de um artigo publicado no Jornal do Brasil, onde o deputado e atual secretário do meio ambiente do Estado do Rio, Carlos Minc, lembra que “o Rio Paraíba já vem poluído de São Paulo. Em pesquisa recente constatamos forte concentração de metais pesados, como mercúrio, chumbo e cromo, na represa do Funil, em Itatiaia, e no fígado de peixes carnívoros, como o tucanar e a traíra. A poluição industrial do médio Paraíba é inaceitável. São dezenas de indústrias químicas e siderúrgicas que contaminam as nossas águas.”, pois bem, que medidas será que o Secretário vai tomar, já que conhece tão bem o assunto. È esperar e “rezar” para que alguma coisa seja feita.
Eduardo Wernech
Presidente - OSCIP Piratingauna

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