quinta-feira, 21 de abril de 2011

Salvando Florestas - Produzindo Vida


No Estado do Rio de Janeiro, cerca de 60% dos remanescentes de mata atlântica estão localizados em propriedades particulares e o restante em Unidades de Conservação federais, estaduais e municipais (Queiroz, 1995). A possibilidade de preservação desses ambientes é infinitamente menor do que nas Unidades de Conservação, que também sofrem pressões de toda a ordem. A necessidade de se recuperar e conservar tais remanescentes é indiscutível visto os impactos sociais e ambientais provocados pela perda desta cobertura florestal que se refletem na alta suscetibilidade do meio físico à erosão e comprometimento da qualidade de vida. Deve-se também considerar a ocorrência de extensa área coberta por vegetação secundária na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul , definida como área de regeneração natural sem expressividade genética.Tais áreas, surgidas em regiões muito exploradas no passado e abandonadas por improdutividade,ainda são alvos vulneráveis de desmatamento e práticas intensivas de queimadas. A reutilização das áreas selecionadas no CEA Júlio Branco ( OSCIP - Piratingaúna) para prática da agropecuária compromete ainda mais as possibilidades de regeneração espontânea e a possibilidade da implantação de loteamentos para expansão urbana coloca em risco as manchas florestais existentes, fatos estes que vem acontecendo nesta região entre os municípios de Volta Redonda e Barra Mansa, ambos inseridos no entorno da ARIE Floresta da Cicuta. O reflorestamento e enriquecimento genético das áreas selecionadas justifica-se,ainda, não apenas pela necessidade de proteger os poucos remanescentes florestais desta microbacia mas também pelo fato de que estes se constituem em bancos naturais de sementes para a recuperação de áreas degradadas em outras regiões da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Além de garantir a conservação dos remanescentes florestais em áreas particulares e fortalecer a Unidade de Conservação existente – ARIE DA FLORESTA DA CICUTA . A conexão de fragmentos de florestas naturais formando um mosaico de uso de terra facilitará o fluxo gênico entre populações, sendo fundamental para sobrevivência das comunidades animais em ambientes fragmentados. Sendo assim esta iniciativa fornecerá , também, subsídios científicos para a implantação dos Corredores de Biodiversidade na região e incentivo às atividades de prestação de serviços ambientais para outros proprietários particulares.

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