sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Carta de Compromisso a Presidente da República
Carta de Compromisso a Presidente da República e os demais - 21/09/2012
OI meu povo Brasileiros! Tenho uma grande importância, para todos os políticos presidente da república, deputados, senadores, e outros deste país, que sim chama de BRASIL candidatos índios e não índios, aquele que nos abraça esta historia de cada povo, e os órgãos públicos governamentais e não governamental, juntos com as minhas palavras, quero respeito com o meu povo indigena, FUNAI, FUNASA, INSS, DEREITOS HUMANOS, MEC, UNO, CECRETARIAS DOS ESTODOS, UNIVECIDADES, PREFEITURAS, PASTORAL DAS CRIANÇAS, E as EBACHADAS DE CADA PAÍS,as IGREIJAS, Que esta em meu país, quero dizer com todas as minhas letras foi a forma de fala ao mundo...que na minha aldeia temos um grade números de índios com serias deficiências, em outras comunidades indígenas temos estas pessoas especiais,não temos Nei uma assistência destes governantes, deste pais que não nos conhece, Nas aldeia indígenas somos portadores de diversas deficiências, não temos um atendimentos de qualidade para este meu povo acessibilidade não temos nas comunidades de cada aldeias queremos estuda, com um grande prepara mentos das pessoas para nos atender com respeito, Senhores e Senhoras governante deste Brasil, Ass Alapity Paulo Titiáh do povo Pataxó Hãhãhãe Baenâ, Aldeia Pataxó Hãhãhãe,Pau Brasil Bahia CEP 45 890-000 . alapity@gmail.com mail alapity-titiah@hotmail.com
célula 02173 8177 5625
Sim espero a resposta que faze esta leitura desta carta mim ajuda a levar ao mundo para que resolva a sim que a resposta eu retonarei para o mundo que eu e os índios especiais fomos atendidos.
Postado na integra conforme escrito pelo guerreiro indígena Paulo Rosa Titiar
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Escoteiros visitam CEA – Júlio Branco da OSCIP Piratingaúna
Atividade
Escoteira – Tropa Pégasus - 22º Grupo Escoteiro São Judas Tadeu
- RJ
A
Excursão Ambiental é mais uma das atividades da Tropa Escoteira
Pégasus, 22º Grupo Escoteiro São Judas Tadeu – RJ que merece e
deve ser registrada. Nesse 1º de julho a Tropa participou da
sinalização da 4ª Corrida de São Pedro em Barra Mansa no bairro
Cotiara e logo depois foi ao Centro de Estudos Ambientais na
Associação Ecológica Piratingaúna, no bairro KM 4.
Na
oportunidade todos tiveram instruções sobre as classificações das
formações de uma mata sejam (primária, secundária, terciária e
clímax) de acordo com a importância de cada uma (iniciar e manter a
vida das matas) e a importância da preservação e recuperação da
Mata Atlântica as palestras foram proferidas pela bióloga Valéria
de Almeida, onde foi mostrada a importância do reflorestamento ser
feito de forma correta (não plantar por plantar), também foi
apresentado como é feita a formação de substratos, os viveiros de
mudas, luminosidades dos viveiros de acordo com a necessidade de cada
espécie de mudas.
O local além dos viveiros para a produção de mudas, serve também de
observação e estudos científicos para os alunos de biologia das
universidades, UBM – UFLA, devido a grande biodiversidade do local,
sejam da flora ou da fauna com animais de pequeno e médio porte
(aves, morcego, répteis, tatu, preá, jaguatirica e muito mais).
Os
escoteiros tiveram uma tarde divertida de instruções ambientais,
contatos com a natureza. Receberam informações que com certeza não
esquecerão jamais. O Chefe César Augusto Ferreira de Souza e demais
componentes do Grupo disse “Aqui deixamos o agradecimento a esses
profissionais que nos receberam de tão bom grado. São os Escoteiros
fazendo mais amigos.” Como presidente da OSCIP ficamos orgulhosos
de receber em nossos viveiros um Grupo de Escoteiros e as portas
estarão abertas para que voltem sempre. Disse Eduardo Wernech.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
A Cúpula dos Povos foi o melhor da Rio + 20
Para registrar o que foi dito com muita
propriedade pela jornalista, Iara
Pietricovsky, do Inesc
- abre aspas, “Um
cenário lamentável de retrocesso. Os governos, pressionados por uma
lógica de “cada um por si” e o mundo que se dane, nos levaram a
assistir uma farsa. A abertura oficial, comandada pela presidenta
brasileira, Dilma Rousseff, e pelo Secretario Geral da ONU, Ban Ki
Moom, foi realizada em um ambiente insosso, burocrático. Os
governantes discursaram para uma plateia desinteressada e como se
tivessem copiado um o discurso do outro. Monocórdios, sem luz, sem
compromisso repetiam a mesma ladainha, sem brilho e vigor. "
"Esse foi o
sentimento predominante dos representantes da sociedade civil que
assistiram a abertura. Pensar que em 1992 o mundo vivia a expressão
máximo do neoliberalismo, quando presenciou o desmantelamento do
papel do Estado, a transferência progressiva do poder às grandes
corporações financeiras, comerciais, industriais e agrárias. "
"Hoje
observamos um processo declarado de apropriação privada do espaço
público de forma geral e irrestrita, inversão de uma ordem que nos
custa reverter 20 anos depois e com a anuência dos governos. Vimos
governos fracos, apresentando um documento inconsistente e sem a
ambição necessária para reagir à destruição do Planeta, que
ainda pensam na lógica do crescimento econômico como base para o
enfrentamento das crises econômica, social e ambiental.”, -
(grifo nosso) concordamos plenamente com as
colocações da brilhante jornalista, essa também foi a nossa visão.
Mas que isso, vimos que
na Cúpula do Povos ouve uma grande corrente convergente para buscar
melhorias para nossas vidas e a vida de nossos filhos e netos por
um planeta melhor. Ao contrário do que aconteceu no Rio Centro onde foi
elaborado um documento que leva nada a lugar nenhum.
Eduardo Wernech
Presidente - OSCIP
sábado, 9 de junho de 2012
OSCIP Piratingaúna fecha parceria para operar Centro Indígena no Amazonas
Cacique
Geral dos Munduruku visita Barra Mansa para conhecer de perto Centro
de Educação Ambiental e Viveiro de Mudas da Oscip, no KM-4
A
Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público)
Associação Ecológica Piratingaúna assinou na semana passada,
termo de parceria para operar a construção do maior Centro Estadual
de Referência do Indígena do País, coordenado pelo Cacique Geral
da Nação dos Índios Munduruku, Natanael Parente. O projeto,
localizado na região Sul do Amazonas, às margens do Rio Madeira em
Manicoré, beneficiará milhares de índios das sete aldeias da Nação
Munduruku.
Para
o cacique Natanael, um dos grandes facilitadores para a execução do
projeto, o fato de a área onde será construído o Centro de
Referência Indígena pertencer aos próprios índios, diferente do
restante das terras indígenas do Brasil, que estão nas mãos da
Funai (Fundação Nacional do Índio) é fundamental para a criação
do centro. “São 10 hectares de terras que ficam a sete quilômetros
da cidade. Será um projeto de desenvolvimento ambiental sustentável,
cultural e de crescimento das nações indígenas. No nosso entorno
estão mais de 45 aldeias de várias etnias”, explica.
Segundo
Célio Judson de Souza, que fará a assessoria em nome da Oscip, o
projeto está orçado na ordem de 70 milhões de reais e inclui a
construção de 20 ocas e unidades habitacionais em conformidade com
os costumes indígenas, arena para disputa de jogos indígenas, Hotel
de Transito para atendimento aos povos indígenas de outros estados
brasileiros com capacidade inicial de 120 leitos, Centro Nacional de
Exposição de Artesanato, área de alimentação com restaurante e
fast food para atendimento ao visitante. “Teremos o apoio do Senai
e do Senac que vão qualificar a mão de obra indígena. O projeto
ainda terá posto de saúde, sala digital, internet, auditório para
600 pessoas”, comentou.
O
projeto ainda prevê a construção de uma usina eólica e uma usina
foto voltaica, biodigestor para a geração de energia limpa para o
abastecimento do complexo. Serão construídos também viveiros para
a produção de espécies nativas da região para reflorestamentos.
De
acordo com presidente da Oscip, Eduardo Wernech, o termo de parceria
já foi assinado e agora depende apenas dos trâmites legais junto
aos Órgãos Governamentais, como Ministério do
Planejamento/Ministério da Justiça/Ministério do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos/Governo do Amazonas
Além
do Centro Indígena de Manicoré – AM, está prevista a captação
de recursos também para a construção de outros dois, em Jaraguá -
São Paulo e Angra dos Reis/Paraty, no Rio de Janeiro.
Durante
a visita que fez a Barra Mansa para assinatura do contrato, o cacique
Natanael Parente conheceu a estrutura da sede da Oscip, no bairro
KM-4, em Barra Mansa, no Rio de Janeiro. Ele viu de perto o Centro de
Estudos Ambientais - CEA Júlio Branco, a produção de mudas dos 5
viveiros de Mata Atlântica e a área de 30 hectares, onde alunos do
Curso de Biologia do Centro Universitário de Barra Mansa realizam
pesquisas de fauna e flora, numa parceria entre a Universidade e a
Oscip.
Para
a bióloga Valéria de Almeida, responsável técnica e fitoterápica
do CEA Júlio Branco, a parceria firmada entre a entidade e os índios
terá um grande valor histórico-cultural-social-ambiental. “Receber
o cacique nos nossos viveiros tem um valor muito importante para os
alunos, para Barra Mansa e para a Oscip. Hoje, temos mais de 70 mil
mudas em formação e já efetuamos o plantio de mais de 500 mil em
três anos”, explica.
Na
opinião do engenheiro agrônomo José Fausto Ferreira Júnior, que
faz parte do corpo técnico da Oscip, a região do Rio Madeira, onde
será implantado do Centro Estadual de Referência Indígena de
Manicoré, no Amazonas, representa uma nova linha de atuação dos
trabalhos da Piratingaúna.
Os
Mundurukus - Grupo indígena que habita o sudoeste do estado
brasileiro do Pará, mais precisamente as áreas indígenas Cayabi,
Mundurucu, Mundurucu II, Praia do Índio, Praia do Mangue, Sai-Cinza.
Tamém estão no leste do estado do Amazonas, nas terras indígenas
Coatá-Laranjal e São José do Cipó e no oeste do Mato Grosso, na
Reserva Indígena Apiaká-Kayabi. Também são chamados de Weidyenye,
Paiquize, Pari e Caras-Pretas. Têm uma população de 11. 630 ou
mais indivíduos, distribuídos em cerca de trinta aldeias. Falam a
língua mundurucu, a qual pertence ao grupo linguístico macro-tupi.
Fonte:
Publicado no Jornal Folha do Interior em 09/06/2012
quinta-feira, 19 de abril de 2012
quarta-feira, 18 de abril de 2012
RIO+20 - A estratégia é mudar o sistema
Por
Léia Tavares, para a Revista Nova Consciência.
Atuando
por duas décadas no mercado de capitais, trabalhando como operadora
da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), a economista Amyra El
Khalili já realizou transações gigantescas, negociando contratos e
títulos, além de moedas, ouro, petróleo, gado, café e outros
insumos. De ascendência palestina – seu pai veio refugiado do
Oriente Médio em 1960 – e, tendo conhecido a fundo as mazelas
sociais e os mecanismos perversos de exploração da natureza também
do homem pelo homem, Amyra sempre esteve engajada na luta pelos
direitos das minorias, pelo equilíbrio ambiental e, principalmente,
pela paz, razão pela qual já foi indicada para o Prêmio Bertha
Lutz 2007, e para o Prêmio Mil Mulheres, ao Nobel da Paz 2004.
Lidando diretamente com as grandes especulações internacionais e
conhecendo a fundo esse jogo em que tanto se ganha quanto se perde em
milhões num mesmo dia, ela passou a estudar a relação direta entre
as guerras e o mercado financeiro: “Percebia que a cada vez que o
petróleo subia, estourava uma guerra em algum lugar, o que,
consequentemente, tinha correlação direta com a morte de pessoas.
Quando os banqueiros estão ganhando dinheiro de um lado,
proporcionalmente estão morrendo milhares do outro”. Isso serviu
para aproximar Amyra das questões que envolvem o ambiente e o
desenvolvimento sustentável. Não compactuando com a frenética
atividade predadora do mercado financeiro, preferiu lançar-se a
novos desafios, dentre eles o de fazer valer a ética nas macro -
relações econômicas. Se havia quem estivesse lucrando com o
petróleo e as guerras, sua proposta foi a de desenvolver um modelo
econômico mais justo e solidário.
E
foi assim que ela, em 1996, fundou o Projeto BECE – Brazilian
Enviromental Commodities Exchange -, sigla em inglês para Bolsa
Brasileira de Commodities Ambientais, que tem como base o tripé
educação, informação e comunicação, formou-se então a Aliança
RECOs – Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras. O
projeto BECE busca estimular não apenas a produção de pequenos
agricultores, como também desenvolver atividades de valorização
cultural de pequenas comunidades. Amyra acredita que só por meio da
informação é que poderemos construir uma economia mais solidária,
respeitando-se as diferenças culturais, multirraciais e religiosas.
Mas para isso é preciso uma nova consciência no meio econômico.
Durante
duas décadas atuando no mercado financeiro, como você se
especializou na questão ambiental?
Estudando
o binômio água - energia e constatando que o grande problema do
Oriente Médio não era só petróleo, senão a escassez de água.
Foi por isso que me senti sensibilizada pelo sofrimento de tanta
gente. Entendi que estava diante de uma grave questão ambiental.
“Percebia que a cada vez que o petróleo subia, estourava uma
guerra em algum lugar, o que, consequentemente, tinha correlação
direta com a morte de pessoas. Ao mesmo tempo em que isso gerava em
mim um enorme mal-estar, junto dele aflorou uma consciência mais
ampla, que me levou a pensar: “Assim não é possível! Esse
sistema financeiro, responsável por tantas mortes, deveria estar
favorecendo a vida”. Quando os banqueiros estão ganhando dinheiro
de um lado, proporcionalmente estão morrendo milhares do outro. E há
uma lógica nessa relação; ela não é mera coincidência.
As
guerras no Oriente Médio estão diretamente ligadas à questão do
petróleo e da escassez de água. Na América Latina, quais são
nossos maiores problemas ambientais?
A
América Latina é abençoada por Deus. Encontramos em nosso país,
por exemplo, a maior biodiversidade do Planeta. Temos, inclusive,
água abundante e terras férteis, que os outros continentes já não
têm. Contudo, as mesmas preocupações que os meus irmãos árabes
têm com as guerras no Oriente Médio, poderão ser as nossas daqui a
alguns anos, justamente por conta da escassez da água. Costumo dizer
que água e petróleo são hoje a mesma moeda, e logo a água estará
ainda mais cara. Outro problema a ser tratado é o de nossa cultura
de servidão ao sistema financeiro internacional, essa aceitação
passiva de uma subserviência que nos torna sempre vítimas da usura
do capital estrangeiro, que só faz fomentar a corrupção endêmica
que infelizmente nos assola. Em Cochabamba, por exemplo, já houve
convulsão social por causa da água. Já no Uruguai foi necessária
uma reforma legislativa para que ela voltasse às mãos do governo e
da sociedade, pois estava sendo privatizada. Ora, a água é um
recurso natural de uso público chamado bem difuso; pertence, pois, a
todos e à Nação. A iniciativa privada não pode simplesmente
cercar uma bacia hidrográfica e dizer-se dona dela. Antes de tudo,
deve-se prover água suficiente para a agricultura, para os animais e
toda a população. Somente seu excedente poderia, em hipótese, ser
comercializado. A lei ambiental é clara nesse aspecto. E, além
disso, ainda há toda uma série de problemas hídricos que deve ser
sanada pelo Brasil a fora.
Poderia
exemplificar algum?
Temos
o Nordeste inteiro na seca e há regiões que têm água, onde esta,
por estar contaminada, não pode, ser consumida. Isso sem falar dos
problemas de saneamento básico, dos poluentes, dos dejetos, do
material inorgânico e dos resíduos químicos que vão parar nas
águas! Hoje os maiores contaminadores de águas no Brasil são as
próprias prefeituras. As indústrias, devido à enorme pressão
judicial, já começam a ter filtros. Diria que hoje são elas as que
menos poluem, salvo exceções. Mas ainda há muito dejeto sendo
jogado diretamente na água. Recentemente, por meio de nossas redes
de informação, a bióloga ambientalista Rose Dantas denunciou o
maior desastre ambiental no Rio Grande do Norte, a contaminação,
por resíduos químicos, de vários mangues que deságuam nos rios da
região. Resultado: 40 mil toneladas de peixes mortos, isso sem
contar as pessoas que se alimentaram deles e que morreram por
intoxicação, e do quanto isso tem afetado toda a rede de saneamento
básico do estado.
E
esses casos não são amplamente divulgados?
Na
grande mídia, não. Divulgamos por aqui, pelas nossas mídias
ambientais, mídias alternativas. Por isso é que ainda estou em pé,
pois acredito na importância da informação colocada de forma
honesta e transparente. É preciso torná-la ainda didática para que
a sociedade possa pensar melhor seus fatos. De novo me vem à mente a
palavra consciência; não adianta fugir dela, e gosto
particularmente da expressão nova consciência, porque não podemos
querer que as coisas continuem sendo feitas ou resolvidas com base
nos padrões ultrapassados das velhas meias verdades, por meio de
modelos cada vez mais desgastados. Qual a consciência dos que querem
ganhar dinheiro e lucrar a qualquer preço, atropelando, para isso,
tanto a ética quanto as pessoas envolvidas em seus negócios?
E
como podemos ter uma economia mais solidária?
As
negociações deveriam servir para fortalecer as comunidades
envolvidas no mercado, propiciando, assim, maior inclusão social às
minorias; mas, infelizmente, o que vemos são sempre os grandes
devorando os pequenos e desrespeitando suas liberdades e direitos.
Numa economia solidária, há maior compromisso entre as partes, que
primam, sobretudo, por lisura. Por exemplo, se eu tenho uma rede de
comércio e a aceito como parceira, devo, é claro, prestar-lhe
orientação e assistência. Diante das falhas, ouvimos as queixas e
conversamos, aprendemos juntos a lidar com nossas dificuldades e
estamos sempre repensando bilateralmente a nossa relação. Isso é
uma relação particular de economia solidária. Extrapolando o
exemplo para as redes internacionais de negociações, para acordos
comerciais firmados entre países, uma economia solidária é aquela
que sabe levar em conta as muitas diversidades, como a questão
religiosa, as diferentes culturas envolvidas, as situações
socioeconômicas de cada país, etc.... fatores determinantes de uma
relação de mútuo respeito, com a qual bem se pode promover a paz e
encontrar sempre saídas de conciliação diante dos impasses
econômicos. É perfeitamente possível associar afetividade a
relações econômicas. É basicamente o que propõe nosso projeto
BECE.
Fale
um pouco do projeto BECE.
O
BECE tem a função de projetar o que existe no mercado financeiro,
sua estrutura, seus modus operandi de comercialização e de
negociação contratuais, enfim, tudo o que se faz numa bolsa
convencional [Bovespa, BM&F], de modo a promover a inclusão
social de pequenos e médios produtores. Nesse sentido, nossa
experiência nas bolsas é bastante útil, e nos preocupamos em
desenvolver um programa voltado a uma nova economia financeira,
mediante a qual seja possível ajudar a sanear nosso país. Cunhamos
uma nova expressão: commodities ambientais, e assim começamos a
desenhar uma commodity não–convencional, como a soja, o milho, o
café, etc., voltadas somente para grandes mercados.
E
o que são commodities ambientais?
Muita
coisa pode se inserir neste conceito. Por exemplo, são commodities
ambientais as plantas medicinais, as árvores, os alimentos típicos,
os artigos artesanais... praticamente tudo aquilo que não vai parar
nas mãos das grandes indústrias, nem aquilo que se produz em escala
industrial. São artigos e insumos feitos por pequenos produtores. As
commodities têm de estar regulamentadas de acordo com um padrão de
mercado legal – para compra e venda interna ou até para exportação
-, de modo que não fiquem presas somente ao mercado informal. O
conceito de commodities compreende uma “mercadoria padronizada para
compra e venda”. Embora não sejam artigos produzidos em série,
devem estar padronizados dentro de determinado nível de qualidade e
de alguns critérios homogêneos.
Qual
a maior implicação da diferença entre as commodities convencionais
e as ambientais?
As
commodities convencionais geram altos impactos no meio ambiente. Elas
determinam monoculturas intensivas do solo, enormes escalas de
produção, mais tecnologia e menos mão-de-obra. Já com as
commodities ambientais ocorre o contrário: há diversidade da
produção, pequenos produtores se organizam em cooperativas e
desenvolvem produtos diferenciados, como frutas (cacau), plantas
medicinais. Tal produção, em menor escala, pode ser ambientalmente
manejada de modo sustentável; pode ser exportada ou vendida
internamente e passa a gerar empregos e renda para toda uma
população. Agindo assim, cada vez mais trazemos para a vida
econômica saudável pessoas que estariam alijadas do mercado,
submetidas ao exclusivo jogo de interesses dos grandes
investidores.
Poderia
nos dar um exemplo prático disso?
Claro!
Vejamos o que foi feito com a ayahuasca, bebida atrelada a toda uma
história religiosa e própria de algumas culturas indígenas. O que
fizeram com ela? “Comoditizaram-na”, isto é, ela foi patenteada
nos EUA. Agora, há uma luta jurídica internacional para a derrubada
dessa patente, ilegal, a meu ver, posto ser esta bebida um patrimônio
da cultura indígena. Quando “comoditizamos”, estamos trazendo
algo de uma relação cultural para o mercado. As commodities
ambientais são exatamente isso; mas, claro, não para sustentar os
interesses financeiros dos empresários ou de grupos lobistas e de
certos governos. As commodities visam a trazer benefícios para a
própria comunidade que as produz. Afinal, quem deveria ganhar
dinheiro com a comercialização da ayahuasca? Seria certo isso? Nem
as igrejas que se utilizam da planta como bebida sagrada querem obter
lucro algum com ela, ponto este que deveria ser respeitado. Idem em
relação às demais plantas medicinais indígenas, que não deveriam
estar sendo objeto nem de pirataria ambiental, nem de comercialização
por parte dos laboratórios farmacêuticos.
Qual
a importância da informação nesse processo?
Trabalhamos
com as comunidades, escorados sobre o tripé informação, educação
e comunicação. É nessa linha que caminha o projeto BECE. A
comercialização em bolsa não é necessariamente o nosso objetivo
final, senão o de implantar um novo modelo econômico para a América
Latina e o Caribe, onde a moeda seja a produção e não a
especulação financeira. Para isso, faz-se necessário que atuemos
junto às bases, com pessoas que não têm acesso à internet, que
não recebem fácil informação, posto que moram em áreas
afastadas, ou em locais onde há exclusão social. Nosso trabalho
consiste, ainda, em conscientizar essas populações para que não
sejam tolas presas nas mãos dos especuladores, que as levam a
assinar contratos absurdos de modo a melhor explorar suas riquezas e
matéria-prima. Quando chegamos nesses lugares e falamos ao indivíduo
comum, no sentido de melhor orientá-lo, aos poucos vamos inibindo a
ação predatória dos grandes especuladores, oportunistas. A única
forma de mudar esse modelo econômico deteriorado e disseminado pelo
mundo é a partir da ação em pequena escala. Para acabar com a
autofagia financeira, é preciso levar aos cidadãos comuns a
informação e a educação econômica de forma transparente e
isenta, para que cada um saiba melhor se defender e decidir seus
caminhos.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Wernech recebe Bruno Covas no CEA Júlio Branco
Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo visita CEA Julio Branco, ligado a Oscip Piratingaúna e diz que Região da Serra do Mar paulista está em plena recuperação.
Secretário de Estado, Bruno Covas e Eduardo Wernech |
“Queremos trabalhar com Ong’s e Oscip’s sérias”. Com estas palavras o secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Bruno Covas, neto do ex-governador Mário Covas, iniciou sua visita ao Centro de Estudos Ambientais (CEA) Júlio Branco, no bairro KM-4, em Barra Mansa no sábado, dia 31 de março. Coordenado pela Oscip Piratingaúna, o CEA Júlio Branco é referência em produção de mudas de Mata Atlântica e no trabalho de pesquisa cientifica feito por alunos do Curso de Biologia do UBM (Centro Universitário de Barra Mansa). Bruno estava acompanhado de Ricardo Maciel e foi recebido pelo presidente da Oscip, Eduardo Werneck que o levou para conhecer os viveiros onde são produzidas cerca de 120 espécies de mudas entre elas pau ferro, ipê amarelo, roxo e branco, guapuruvu, aroeira, pau jacaré, monjoleiro, cácia barbatimão, pitanga, jussara, manacá da serra, lobeira e outras. “Estamos visitando os projetos que dão certo e quem faz um trabalho sério a frente das Ong’s e Oscip’s. Temos uma região muita rica em biodiversidade e que faz divisa com Estado do Rio aqui em Bananal e queremos aumentar a área verde da Serra do Mar, que possuiu uma biodiversidade muito maior que a da Amazônia”, disse Bruno Covas, durante entrevista exclusiva ao jornal Folha do Interior.
Bruno Covas - Eduardo Wernech e Ricardo Maciel |
De acordo com o presidente da Oscip, Eduardo Werneck, hoje, existem mais 300 mil sementes em processo de germinação. “Até 2013, vamos plantar mais 300 mil mudas. Estamos em fase final do projeto de implantação de um viveiro bastante grande na região entre Bananal e Arapeí para atender o Estado de São Paulo”, explica.
Bruno Covas acredita que em curto espaço de tempo, o Estado de São Paulo pretende ampliar sua cobertura vegetal. “Nossa meta é sair de 15% para 17,5%. Mas temos projetos em andamento que estão dando certo como esgotamento, lixo, água, arborização construções sustentáveis. Hoje, temos 426 programas de coleta seletiva em andamento no Estado de São Paulo espalhados pelos 645 municípios”, disse.
terça-feira, 20 de março de 2012
A terra é dos índios. E o carbono, é de quem?
É uma lambança só este nosso Brasil ou Não é?
A Celestial Green atua em um novo setor que se fortalece nos recônditos da Amazônia brasileira: a venda créditos de carbono com base em desmatamento evitado, focado nas florestas. Por estes créditos, a empresa tem procurado indígenas de diversas etnias e teria assinado contratos com os Parintintin,do Amazonas, e Karipuna do Amapá, segundo as suas páginas no twitter efacebook.
No dia 22 de setembro do ano passado, o mesmo João Borges, da Celestial Munduruku, na Câmara Municipal de Jacareacanga, no Pará. Assim que ficou sabendo, a missionária Izeldeti Almeida da Silva, que trabalha há dois anos com os Munduruku, correu para lá: “Fui pega de surpresa. Depois falei com um dos líderes e ele disse que fazia tempo que estavam negociando com um grupo pequeno de lideranças”.
Quando chegou à sala de reunião, diz a freira, o espaço estava cheio. Estavam todos lá: caciques, cacicas, mulheres e crianças. Muitos vestidos para guerra: pintados, com arcos e roupas tradicionais. A reunião foi fotografada pelos dois lados. “Os guerreiros e as guerreiras estavam muito brabos com o pessoal que foram falar lá em cima”, lembra o cacique Osmarino. “As guerreiras quase bateram neles”.
Segundo Izeldeti, o representante da empresa mal conseguiu falar. “Eles gritavam em voz forte que estavam cansados de ser enganados. Disseram: ‘nós sabemos cuidar da floresta, não precisa de ajuda’. As mulheres guerreiras ficaram na fila e cada uma foi falando em Munduruku. Meteram a flecha perto do coração, passavam no pescoço. O representante da empresa disse que não entendia a língua, mas que não tava gostando porque era sinal de ameaça”. O contrato, no entanto, acabou sendo assinado naquele mesmo dia – tanto a empresa quanto os indígenas confirmam.
De acordo com Izeldeti e Osmarino, porém, o contrato foi assinado contra a vontade da maioria da população Munduruku.
Os donos do carbono
Totalmente desconhecida no Brasil, a Celestial Green, sediada em Dublin, se declara proprietária dos direitos aos créditos de carbono de 20 milhões de hectares na Amazônia brasileira – o que equivale aos territórios da Suíça e da Áustria somados. Juntos, os 17 projetos da empresa na região teriam potencial para gerar mais de 6 bilhões de toneladas de créditos de carbono, segundo a própria empresa.
Os créditos por desmatamento evitado, ou REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal), não são “oficiais”, ou seja, não podem ser vendidos nos mercados regulamentados pelo protocolo de Kyoto. Este protocolo só aceita, por exemplo, a venda de créditos por uma empresa de um país pobre que troque sua tecnologia por uma menos poluente; os créditos que ela deixará de emitir podem ser vendidos.
No caso das florestas, não há um mecanismo oficial que permita isso. Por isso, os créditos de carbono referentes a florestas são negociados em um mercado voluntário, que não é regulado; empresas como a Landrover, o HSBC, a Google e a DuPont compram esses créditos para sinalizar que estão fazendo algo de bom pelo meio ambiente. O mercado é muito menor do que aquele resultante de projetos previstos por Kyoto: em 2010, o valor negociado foi de cerca de 400 milhões de dólares contra 140 bilhões de dólares do mercado “oficial”.
Na esteira da corrida pelo invisível – créditos de carbono que deixaria de ser emitido por desmatamento – a irlandesa Celestial Green se adiantou: realizou diversas negociações rápidas e à margem de qualquer órgão federal. A empresa promete avaliar o potencial de créditos de carbono depois; mas já garante sua posse sobre eles, por contrato, e o acesso às terras para avaliação.
Para Resumir a encrenca CADÊ a FUNAI, por isso defendo que é preciso ter no comando um INDIO. Sem preconceitos!!!!
Eduardo Wernech
Presidente - OSCIP
CRÉDITOS DE CARBONO PARA QUEM?
A história se repete depois de 12 anos.
Por Amyra El Khalili
Créditos de Carbono para Quem? Novamente a história se repete.
A Aliança RECOs também está tentando descobrir a resposta a essa pergunta!
Defendemos a construção de um "novo mercado" que traga investimentos diretos para as populações carentes e excluídas da pirâmide das commodities convencionais, inserindo-os no processo produtivo das commodities ambientais, oferecendo-lhes acesso ao mercado. Na estrutura hoje vigente, o indivíduo desempregado ou sem renda fica totalmente fora do mercado; não tem acesso à água potável, à eletricidade, ao tratamento do esgoto, aos bens, enfim, que compõem as matrizes ambientais.
Entendemos que se não gerarmos ocupação e renda para as populações que vivem das florestas, para as comunidades excluídas, as minorias, os sem-expectativa-de-vida, os pequenos produtores, os extrativistas, os desempregados em geral, não há como preservar o meio ambiente. Tampouco é possível controlar a emissão de poluição, que vai desde os esgotos lançados em nos rios, córregos e mares, até os gases do efeito estufa (dióxido de carbono, gás metano, entre outros) lançados na atmosfera por todos os setores produtivos envolvidos.
Acreditamos que o Brasil tem enorme potencial para desenvolver projetos socioambientais que atendam a interesses maiores do que os de uma classe social, de um ou outro grupo. O País ainda tem condições de expandir esse projeto para outros países, dado o aspecto humanitário que ele envolve.
Por que acreditamos nisso? Porque o Brasil não é um país pobre, e nunca foi, sendo detentor das matrizes ambientais (água, energia, minério, madeira, biodiversidade, reciclagem e controle de emissão de poluentes -água, solo e ar).
O que propomos se sustenta na trilogia legitimidade-credibilidade-ética. Supõe uma participação consciente na promoção de uma economia justa, socialmente digna, politicamente participativa, ecologicamente correta e integrada dentro dos preceitos do desenvolvimento sustentável.
Estamos preocupados com a maneira pela qual as reuniões e debates sobre o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e o Mercado de Carbono vêm sendo conduzidas. A tendência que temos observado é, infelizmente, de que os créditos de carbono repitam novamente os modelos centralizadores, arriscados, limitados e desgastados sob os quais se estabeleceram os contratos de derivativos, as commodities convencionais e os títulos nos grandes centros financeiros.
Se o Fórum Econômico em Davos tem como oposição o Fórum Social Mundial, as Bolsas convencionais e o atual sistema financeiro, enraizado no modelo neoliberal, desumano e injusto, terão como contraponto o Projeto BECE, para que a sociedade possa intervir e corrigir as distorções que estão se institucionalizando.
Depois não digam que não avisamos; aliás, denunciamos!
Creditos ao “e-book Commodities ambientais em missão de paz “
- http://amyraelkhalili.blogspot.com.br/
Eduardo Wernech
Presidente - OSCIP
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