terça-feira, 20 de março de 2012

CRÉDITOS DE CARBONO PARA QUEM?


A história se repete depois de 12 anos.

Por Amyra El Khalili

Créditos de Carbono para Quem? Novamente a história se repete.
A Aliança RECOs também está tentando descobrir a resposta a essa pergunta!

Defendemos a construção de um "novo mercado" que traga investimentos diretos para as populações carentes e excluídas da pirâmide das commodities convencionais, inserindo-os no processo produtivo das commodities ambientais, oferecendo-lhes acesso ao mercado. Na estrutura hoje vigente, o indivíduo desempregado ou sem renda fica totalmente fora do mercado; não tem acesso à água potável, à eletricidade, ao tratamento do esgoto, aos bens, enfim, que compõem as matrizes ambientais.

Entendemos que se não gerarmos ocupação e renda para as populações que vivem das florestas, para as comunidades excluídas, as minorias, os sem-expectativa-de-vida, os pequenos produtores, os extrativistas, os desempregados em geral, não há como preservar o meio ambiente. Tampouco é possível controlar a emissão de poluição, que vai desde os esgotos lançados em nos rios, córregos e mares, até os gases do efeito estufa (dióxido de carbono, gás metano, entre outros) lançados na atmosfera por todos os setores produtivos envolvidos.

Acreditamos que o Brasil tem enorme potencial para desenvolver projetos socioambientais que atendam a interesses maiores do que os de uma classe social, de um ou outro grupo. O País ainda tem condições de expandir esse projeto para outros países, dado o aspecto humanitário que ele envolve.

Por que acreditamos nisso? Porque o Brasil não é um país pobre, e nunca foi, sendo detentor das matrizes ambientais (água, energia, minério, madeira, biodiversidade, reciclagem e controle de emissão de poluentes -água, solo e ar).

O que propomos se sustenta na trilogia legitimidade-credibilidade-ética. Supõe uma participação consciente na promoção de uma economia justa, socialmente digna, politicamente participativa, ecologicamente correta e integrada dentro dos preceitos do desenvolvimento sustentável.

Estamos preocupados com a maneira pela qual as reuniões e debates sobre o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e o Mercado de Carbono vêm sendo conduzidas. A tendência que temos observado é, infelizmente, de que os créditos de carbono repitam novamente os modelos centralizadores, arriscados, limitados e desgastados sob os quais se estabeleceram os contratos de derivativos, as commodities convencionais e os títulos nos grandes centros financeiros.

Se o Fórum Econômico em Davos tem como oposição o Fórum Social Mundial, as Bolsas convencionais e o atual sistema financeiro, enraizado no modelo neoliberal, desumano e injusto, terão como contraponto o Projeto BECE, para que a sociedade possa intervir e corrigir as distorções que estão se institucionalizando.

Depois não digam que não avisamos; aliás, denunciamos!

Creditos ao “e-book Commodities ambientais em missão de paz “
- http://amyraelkhalili.blogspot.com.br/

Eduardo Wernech
Presidente - OSCIP

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