Marina
diz que novo partido não será de situação nem oposição
Leandro
Melito - Portal EBC, 16.02.2013
"Nem
oposição nem situação, precisamos de posição". Essas foram
as palavras da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva no início
do evento de lançamento do novo partido político, chamado Rede, que
acontece neste sábado (16) em Brasília. Na sua avaliação, o
partido nasce em um momento significativo da história da humanidade.
"Estamos vivendo uma crise civilizatória e não temos o
repertório necessário para enfrentá-la", afirmou.
Segundo
Marina Silva, esse crise é composta por várias outras crises:
econômica, social, ambiental, política e de valores. "A crise
política e de valores faz com que a gente separe a crise política
da crise econômica", disse. Ela comparou a criação do partido
com o surgimento do PT na década de 80 e enfatizou a participação
de Heloísa Helena no evento. O deputado federal Domingos Dutra
(PT-MA), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minoria da
Câmara, também participou do evento. "Política é sacerdócio,
e não um negócio", disse Dutra.
Marina
Silva divulga estatuto de seu novo partido neste sábado (16) em
Brasília (Thays Cabette / Divulgação)
Marina
considera que o objetivo principal do partido não é disputar
eleições, mas questionar a incapacidade da política atual de
interferir e transformar a realidade. "O que está acontecendo
aqui é um paradoxo, estamos criando um partido para questionar a si
próprio. Não é um partido criado para disputar eleição, mas para
disputar uma visão de mundo, de um novo sujeito político que não é
espectador, é o protagonista. É para democratizarmos a democracia,
reconectarmos o sujeito com a potência do fazer político",
defendeu.
A
ambientalista considera que o novo partido se soma a iniciativas
semelhantes ocorridas em diferentes lugares do mundo, como a criação
do Partido do Futuro na Espanha. "O esforço que estamos fazendo
aqui é de um deslocamento desse centro estagnado de poder pelo
poder, de dinheiro pelo dinheiro de uma nova superfície de
sustentação desses projetos. Uma nova superfície de inscrição
para novos sonhos, novos desejos".
Marina
classificou esse esforço com um "ativismo autoral" que
se organiza com a utilização das novas tecnologias de informação
e que não depende das estruturas tradicionais de partidos,
sindicatos e ONGs."Você não tem uma estrutura à frente ou
atrás das pessoas, mas ao lado".
Vamos juntos, espalhando a REDE por aí.
ATT.
Eduardo Wernech